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Molotov, três décadas sem baixar o volume

Molotov, três décadas sem baixar o volume

A banda mexicana de rock Molotov se apresentará no dia 25 de outubro na Praça de Touros Nuevo Progreso, às 21h, como parte de sua turnê de 30 anos, Txxxour , em comemoração a três décadas de carreira. A celebração acontece em um momento de reencontros, ajustes internos e reflexões sobre o caminho a seguir, mas também com a energia intacta de uma banda que continua lotando casas de show no México e no exterior.

O baixista e vocalista Paco Ayala reconheceu, em entrevista ao EL INFORMADOR , que completar 30 anos de banda é uma conquista que ainda os surpreende. “O aniversário oficial foi em 23 de setembro. Estávamos de folga depois de vários shows e ficamos gratos por isso; surpresos por termos chegado tão longe, com a mesma vontade de subir no palco e tocar rock and roll.”

Para Molotov, a história não tem sido fácil: mudanças na formação, críticas, censura e até proibições fizeram parte da jornada. No entanto, Ayala enfatiza que a conexão com o público tem sido a chave para se manter relevante. "Cada show nos lembra por que ainda estamos aqui. As pessoas que nos acompanham dia após dia nos shows são o que nos mantém vivos."

O Retorno de Jay de la Cueva

Um dos momentos mais comentados desta nova era foi a chegada de Jay de la Cueva como guitarrista. Embora ele tenha feito parte da banda no início, seu retorno assumiu um significado especial.

“Ele é muito divertido e interessante. Eu era a que menos interagia com ele musicalmente, porque quando eu entrei, ele saiu. Agora ele entrou como guitarrista, e a sintonia tem sido fantástica. Ele é um músico superprofissional e dedicado. Nos divertimos muito no palco”, disse Ayala.

O reencontro foi selado em março passado, durante o Vive Latino, onde Jay se apresentou novamente com o grupo. Desde então, os shows fluem com a mesma irreverência e camaradagem que sempre caracterizaram o grupo.

Vale destacar que o retorno de Jay e o clima de comemoração abrem a possibilidade de material novo. No entanto, Ayala ressalta que não há planos imediatos por enquanto, devido à intensidade da turnê.

"Não pensamos em ensaiar porque a turnê nos deixou exaustos, mas em algum momento daremos ideias. Alguém sempre sugere o primeiro ensaio, e partimos daí. Se surgir música nova, será interessante", disse ele.

Ensaios não convencionais

Ao contrário da maioria das bandas, o Molotov nunca teve um espaço fixo para ensaios. Isso moldou sua forma de trabalhar e seu estilo.

“As pessoas não acreditam depois, mas nunca tivemos um espaço de ensaio. Para Vive Latino, ensaiamos algumas vezes: uma acusticamente e outra com uma banda na sala de estar do Mikey. A questão é que tocamos tanto que não precisamos. Quando gravamos um álbum, juntamos as músicas em transcrições, depois as gravamos e depois as tocamos ao vivo umas 50 vezes”, explicou Ayala.

Esse método se mostrou eficaz, embora ele admita que às vezes sente falta da convivência que acompanha um local fixo. "Seria legal nos reunirmos como outras bandas, mas nossa dinâmica sempre foi assim."

Vale ressaltar que a conexão da equipe vai além do trabalho. Embora cada membro tenha sua própria vida pessoal, eles mantêm comunicação constante, mesmo nos dias de folga.

"A gente se vê tanto que, quando temos folga, aproveitamos para ficar com a família ou com o parceiro. Mesmo assim, mantemos contato: sempre tem amizade, respeito... e, claro, sempre tem os memes, essa é a regra", disse ele, rindo.

Tito Fuentes prioriza a saúde

O guitarrista da banda, Tito Fuentes, está atualmente em reabilitação, o que o mantém afastado dos palcos. Sua ausência é sentida dentro do grupo, mas também fortaleceu os laços de camaradagem entre os integrantes. Segundo Ayala, a banda demonstrou total respeito pela trajetória pessoal do companheiro, dando-lhe espaço e apoio enquanto ele se concentra em sua recuperação.

"Ele mesmo disse: está aposentado por enquanto, focado em sua saúde e bem-estar. Nós o apoiamos totalmente e seguimos em frente com a turnê, comprometidos em celebrar esses 30 anos com o povo", compartilhou Ayala.

Apesar do hiato de Fuentes, o restante do grupo mantém a energia viva no palco. Para eles, continuar a turnê não é apenas uma forma de homenagear sua carreira, mas também uma forma de prestar homenagem ao próprio Tito e à história que construíram juntos.

O desafio do setlist

Um dos maiores desafios tem sido definir o repertório para cada show. Com tantos álbuns e sucessos no currículo, não é fácil agradar a todos.

“Não sei em que momento fiquei responsável por montar os repertórios, e é complicado. Há músicas que não queremos mais tocar, mas entendemos que as pessoas pagam ingresso para ouvi-las. Também incluímos músicas que não foram sucessos de rádio, mas que funcionam muito bem ao vivo. É assim que alcançamos o equilíbrio”, explicou.

Embora não seja uma satisfação pessoal, Ayala admite que está gostando do repertório atual. "É uma análise de todos os nossos álbuns, e estou feliz com o que estamos tocando. Teremos um show longo em Guadalajara."

Memórias de Guadalajara

A relação de Molotov com o público de Guadalajara é antiga. "Sempre nos divertimos muito. Temos muitos amigos, ótimos músicos e lembranças dos festivais. Guadalajara sempre nos recebe muito bem, e voltar é algo que realmente gostamos", lembra Ayala.

O show na Praça de Touros Nuevo Progreso marcará um momento especial para a banda. O tamanho do local representa um desafio de produção e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de se reconectar com um público que os acompanha desde o início.

“Faz um tempo que não tocamos lá, e é ótimo poder fazer isso de novo em um lugar tão legal.”

"Continuamos gratos, surpresos e ansiosos para arrasar. É isso que celebramos em cada show: que depois de 30 anos, ainda estamos aqui, juntos e com a banda que nos acompanha", concluiu Ayala.

TC

informador

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