Inteligência artificial e humanidades combinadas: quatro novos sítios arqueológicos descobertos

Bolonha, 3 de setembro de 2025 – Uma inovação exclusivamente bolonhesa abre novos caminhos para a pesquisa arqueológica internacional . Um sistema de inteligência artificial desenvolvido por cientistas da computação e arqueólogos da Alma Mater identificou quatro antigos assentamentos humanos no Iraque , na região de Abu Ghraib, que haviam escapado à investigação. O estudo foi publicado na revista Plos One .

O resultado é fruto do trabalho conjunto entre o Departamento de Ciência da Computação e Engenharia e o Departamento de História, Culturas e Civilizações da Universidade de Bolonha.

“O modelo de aprendizado profundo que desenvolvemos demonstrou não apenas um nível muito alto de precisão , em torno de 90%, na localização da presença de sítios arqueológicos a partir de imagens de satélite, mas também a capacidade de descobrir novos pontos de interesse arqueológico que eram até então desconhecidos”, explica Marco Roccetti , professor de ciência da computação e um dos autores da pesquisa.

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O sistema foi testado analisando imagens históricas do programa de espionagem Corona , tiradas por satélites americanos na década de 1960. Esse patrimônio visual, quando integrado a fotografias mais recentes, permitiu reconstruir um território que mudou drasticamente nas últimas décadas.

“O papel das imagens do programa Corona se mostrou fundamental: não apenas para melhorar a capacidade analítica do sistema, mas também para redescobrir sítios arqueológicos que hoje não são mais visíveis devido ao processo de antropização do território, com infraestrutura, urbanização e trabalhos agrícolas”, destaca Nicolò Marchetti , professor de arqueologia oriental em Bolonha.

Graças ao uso combinado de novas tecnologias e habilidades humanísticas , os pesquisadores conseguiram identificar vestígios que, com métodos tradicionais, seriam quase impossíveis de reconhecer. "Graças à inteligência artificial, conseguimos identificar quatro novos assentamentos que seriam quase impossíveis de encontrar usando ferramentas e técnicas arqueológicas tradicionais, dado seu atual estado de preservação", acrescenta Marchetti.

O estudo confirma o papel de liderança da Universidade de Bolonha na pesquisa interdisciplinar, combinando tecnologia e humanidades para enfrentar desafios globais. "Este é um resultado extraordinário, que facilita e enriquece o trabalho dos arqueólogos e abre novos caminhos de investigação , também em conjunto com outras tecnologias de levantamento topográfico", conclui Roccetti.

Trabalhando ao lado de Roccetti e Marchetti estavam os jovens pesquisadores bolonheses Alessandro Pistoia e Valentina Orrù , um sinal de como a Alma Mater continua a formar novas gerações de acadêmicos capazes de levar a pesquisa local ao centro do cenário internacional.