Cientistas da Polônia e da Espanha identificaram uma pessoa dos primeiros séculos d.C. imortalizada em mármore.

Uma antiga escultura de mármore representando uma cabeça de mulher é um retrato de uma mulher romana chamada Laódice, que viveu nos primeiros séculos d.C., de acordo com pesquisadores poloneses e espanhóis. A escultura foi descoberta em 2003 na Crimeia.

Agnieszka Książkiewicz, da assessoria de imprensa da Universidade Adam Mickiewicz em Poznań, anunciou na sexta-feira que a identificação foi feita por uma equipe de cientistas da Universidade de Poznań, da Academia de Belas Artes de Varsóvia e da Universitat Autonoma de Barcelona.

Ela relatou que os cientistas conseguiram ligar o rosto de uma escultura encontrada por uma expedição arqueológica polonesa-ucraniana em Táurica Quersoneso (Sebastopol, na Crimeia, Ucrânia) com a esposa de Tito Flávio Partenocles, membro do conselho municipal e representante de uma das famílias mais influentes de Quersoneso.

Książkiewicz afirmou que a líder da pesquisa, Professora Elena Klenina, da Faculdade de História da Universidade Adam Mickiewicz, já suspeitava que a cabeça de mármore, descoberta durante escavações há mais de 20 anos, representava uma figura de alto status. No entanto, uma análise interdisciplinar detalhada era necessária para confirmar essa tese.

Os examinadores da escultura combinaram métodos: análise espectral-isotópica do mármore para esclarecer suas origens, testes de desgaste para determinar as habilidades do escultor, análise de carbono-14 e estudos de ciência dos materiais das camadas da superfície da cabeça. Análise estilística por um historiador da arte espanhol, análise histórica e análise epigráfica também foram necessárias.

Segundo o professor Klenina, identificar retratos romanos, especialmente aqueles encontrados em províncias remotas ou fora do Império Romano, onde as fontes escritas são limitadas, representa um desafio significativo.

“O uso de métodos interdisciplinares na pesquisa nos permitiu não apenas determinar a data e a origem do material, mas também vincular a escultura a uma figura histórica específica”, disse ela.

Como acrescentou o cientista, as mulheres romanas nos primeiros séculos d.C., tanto dentro do Império Romano quanto além de suas fronteiras, desempenharam um papel ativo na vida política.

O texto completo do estudo pode ser encontrado no site. (PAP)

Ciência na Polônia

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