Por que deveríamos lhe dar dinheiro?

Na quarta-feira, participei de um painel diferente em Ancara. O tema era o 20º aniversário da Convenção da UNESCO sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. Este acordo internacional juridicamente vinculativo, adotado na 33ª Conferência Geral da UNESCO, garante que artistas, profissionais e praticantes da cultura, bem como cidadãos, possam produzir, criar, distribuir e se beneficiar de bens, serviços e atividades culturais.
Esta convenção, à qual aderimos em 2017, é considerada um dos documentos culturais mais importantes da UNESCO. Com este documento, a UNESCO define a diversidade cultural como patrimônio comum da humanidade. A proteção da diversidade cultural é uma obrigação legal para os Estados signatários da convenção. Talvez possamos descrever o fenômeno que chamamos de cultura em apenas uma palavra, mas pode haver momentos em que milhares de palavras falham e dificultam a definição de cultura. Quando penso em patrimônio cultural, não penso apenas na proteção do passado. Este patrimônio cultural também guia o futuro.
Embora essa proteção naturalmente abranja — ou devesse proteger — artistas e também a diversidade cultural, é impossível não compartilhar as preocupações do Prof. Dr. Erman Demir, palestrante neste evento. Ele mencionou um termo que eu nunca tinha ouvido antes: "Desconto Cultural". Se você está envolvido com cultura, se faz um trabalho criativo, se gosta do que faz ou se oferece algo assim como instituição, por que precisa de dinheiro? Por que deveríamos pagar? De fato, os consumidores culturais têm uma perspectiva como essa que, infelizmente, permanece inalterada há anos.
Eu sempre digo isso. Para alguns, os artistas parecem imagens abstratas, vivendo de ar e água, ociosos, românticos, cegos às realidades do mundo. Mas, graças ao desenvolvimento da indústria cultural, as contribuições dos criativos para seus países são agora medidas em bilhões de dólares.
****
Neste painel, encontrei não apenas executivos do Ministério da Cultura, da Direção-Geral de Direitos Autorais e do Conselho para a Proteção e Desenvolvimento da Diversidade das Expressões Culturais (KİFAÇ), mas também acadêmicos e burocratas altamente conceituados. Eles trabalham no Ministério da Indústria, na Organização Estatal de Planejamento e nas Agências de Desenvolvimento de Istambul e Izmir. São todos indivíduos altamente qualificados, acadêmicos brilhantes que compreendem o valor agregado que as indústrias culturais criam para o desenvolvimento do nosso país.
Pelo que entendi de nossas breves conversas, um problema comum para muitos deles é que os métodos e soluções que vislumbram, infelizmente, não estão sendo implementados. Isso ocorre porque os administradores das instituições para as quais trabalham não têm visão suficiente sobre o presente e o futuro da indústria cultural.
Talvez muitos gestores pensem que a moeda estrangeira entra no país apenas com as vendas de séries de TV no exterior, mas as receitas de jogos de computador e software, em particular, já ultrapassaram bilhões de dólares.
Sim, acho que o mais valioso é a ideia. Contanto que consigamos dar vida a ela.
É só isso por esta semana. Mantenha-se saudável...
BirGün