'Rainha da Cetamina' acusada de vender dose fatal para Matthew Perry deve se declarar culpada

LOS ANGELES — Uma mulher que ficou conhecida como a "Rainha da Cetamina" deve se declarar culpada na quarta-feira por vender a Matthew Perry a droga que o matou.

Jasveen Sangha deve mudar sua declaração anterior de inocência em um tribunal federal em Los Angeles e se tornará a quinta e última ré acusada pela morte por overdose da estrela de "Friends" a se declarar culpada após um acordo com os promotores.

Ela concordou, em uma declaração assinada, em se declarar culpada por cinco acusações federais, incluindo o fornecimento da cetamina que levou à morte de Perry. Seu julgamento estava previsto para começar no final deste mês.

Em uma breve declaração quando o acordo foi anunciado em 18 de agosto, o advogado de Sangha, Mark Geragos, disse apenas: "Ela está assumindo a responsabilidade por suas ações".

Os promotores classificaram Sangha, uma cidadã de 42 anos dos EUA e do Reino Unido, como uma traficante de drogas prolífica que era conhecida por seus clientes como a "Rainha da Cetamina", usando o termo frequentemente em comunicados à imprensa e documentos judiciais.

Suas declarações de culpa devem incluir uma acusação de manutenção de um estabelecimento envolvido com drogas, três acusações de distribuição de cetamina e uma acusação de distribuição de cetamina resultando em morte.

Os promotores concordaram em retirar três outras acusações relacionadas à distribuição de cetamina e uma acusação de distribuição de metanfetamina que não estava relacionada ao caso Perry.

O acordo judicial final ocorreu um ano depois que promotores federais anunciaram que cinco pessoas foram acusadas pela morte de Perry em 28 de outubro de 2023, após uma investigação abrangente.

Se Sangha se declarar culpada, conforme planejado, um juiz determinará a sentença. Ela poderá pegar até 45 anos de prisão. O juiz não é obrigado a cumprir nenhum dos termos do acordo de confissão de culpa, mas os promotores afirmaram no documento que pedirão menos do que o máximo. Nenhum dos réus foi condenado ainda.

Sangha e o Dr. Salvador Plasencia , que se declararam culpados em julho, foram os principais alvos da investigação. Três outros réus — Dr. Mark Chavez, Kenneth Iwamasa e Erik Fleming — se declararam culpados em troca de sua cooperação, que incluiu declarações implicando Sangha e Plasencia.

Perry foi encontrado morto em sua casa em Los Angeles por Iwamasa, seu assistente. O legista concluiu que a cetamina, normalmente usada como anestésico cirúrgico, foi a principal causa da morte.

Sangha exibia um estilo de vida luxuoso no Instagram, com fotos suas com pessoas ricas e famosas em cidades ao redor do mundo. Os promotores disseram que ela se apresentava reservadamente como uma traficante que vendia para o mesmo tipo de clientela de alta classe.

Perry vinha usando cetamina, por meio de seu médico regular, como um tratamento legal, porém não aprovado, para depressão, que se tornou cada vez mais comum. Perry, de 54 anos, procurou mais cetamina do que seu médico lhe daria, e sua busca por mais o levou ao Sangha, por meio de seu amigo Fleming, cerca de duas semanas antes de sua morte, disseram os promotores.

Fleming enviou uma mensagem para a assistente de Perry dizendo que sua cetamina era "incrível" e que ela negocia apenas "com celebridades e pessoas de alto padrão".

Perry comprou grandes quantidades de cetamina de Sangha, incluindo 25 frascos por US$ 6.000 em dinheiro, quatro dias antes de sua morte, disseram os promotores.

No dia da morte de Perry, Sangha disse a Fleming que eles deveriam apagar todas as mensagens que haviam enviado um ao outro, de acordo com sua acusação.

Sangha está sob custódia federal há cerca de um ano.

Perry lutou contra o vício por muitos anos, desde sua época em "Friends", quando se tornou uma das maiores estrelas de sua geração como Chandler Bing. Ele estrelou ao lado de Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc e David Schwimmer por 10 temporadas, de 1994 a 2004, na série de grande sucesso da NBC.