Eletricidade: O horário de menor demanda mudará a partir de 1º de novembro. O que mudará para você?

O sistema de pico/fora de pico (HP/HC), introduzido na década de 1960 com o desenvolvimento da energia nuclear, já não é sempre adequado. Hoje, os picos de consumo já não correspondem aos mesmos horários de 60 anos atrás, principalmente devido ao teletrabalho, aos dispositivos programáveis e à mobilidade elétrica.
"Muitos horários fora de pico são colocados em horários que não são mais fora de pico para o sistema e, inversamente, temos muitos horários fora de pico em horários que são realmente úteis para o consumidor e úteis para o sistema", explica Emmanuelle Wargon, presidente da CRE.
O objetivo desta reforma é incentivar as pessoas a consumir eletricidade quando ela é mais abundante e mais barata, principalmente no meio do dia, graças ao aumento da energia solar.
A cobrança fora do horário de pico será gradualmente transferida para os horários diurnos, principalmente à tarde, entre 11h e 17h, principalmente durante o verão ( 1º de abril a 31 de outubro). Isso permitirá que os consumidores se beneficiem de tarifas reduzidas quando a produção solar estiver no auge.
Por exemplo, um consumidor cujo horário de menor movimento atualmente é entre 2h e 8h e 13h e 15h, verá esses horários alterados e reduzidos em meia hora à noite e aumentados em meia hora durante o dia. Eles serão entre 1h30 e 7h da noite e entre 14h e 16h30.
Isso "permitirá que mais franceses tenham horários de menor movimento durante o dia, especialmente no verão, na praia, das 11h às 17h", enfatiza Emmanuelle Wargon. Assim, eles terão "acesso à eletricidade duas vezes ao dia a um preço mais barato, o que proporciona mais flexibilidade. Isso é compatível com os novos estilos de vida, especialmente o teletrabalho".
Uma melhor distribuição do consumo ao longo do dia ajuda a aliviar a rede durante os picos, mas também a adaptar os horários a novos usos (veículos elétricos, teletrabalho, bombas de calor, etc.). "Isso permite que o consumo seja distribuído [...] em horários em que o sistema está menos ocupado", enfatiza Emmanuelle Wargon.
A CRE também quer limitar os fenômenos de preços negativos no mercado de eletricidade, que estão aumentando acentuadamente e causando prejuízos econômicos para o setor elétrico francês. Trata-se do horário em que a eletricidade é vendida nos mercados a preços abaixo de zero, devido à oferta excessiva e à demanda menor.
De acordo com o regulador de energia, as horas de preço negativo representaram 235 horas no primeiro semestre de 2024, ou 5,4% do tempo, em comparação com 147 horas em 2023 (1,7% do tempo) e nunca mais do que 102 horas por ano até 2022 (1,2% do tempo).
11 milhões de famílias afetadasSudOuest