Villas-Boas e a reflexão entre dois caminhos (e um nome)

Villas-Boas pedia um murro na mesa, Anselmi queria um murro na mesa, no final não houve nem murro nem mesa. O FC Porto fazia uma aposta grande neste Mundial de Clubes, não só numa vertente desportiva mas também de marca depois de uma temporada de 2024/25 que deixou tudo menos saudades. Ao invés, foi mais do mesmo: empate a quatro com o Al Ahly num jogo com demasiados erros dentro de um sistema diferente testado sem sucesso, eliminação na fase de grupos, saída de cena como a pior equipa europeia. A reflexão de tudo o que aconteceu ainda está a ser feita, entre a mais do que provável rescisão de Anselmi, a possível saída de Zubizarreta e uma aposta reforçada em Jorge Costa. O que se segue? Aqui entronca a decisão chave. Mais do que nomes, o presidente dos dragões tem dois caminhos para o futuro, entre o perfil de alguém que conheça melhor os terrenos que vai pisar e nova aposta numa ideia mais disruptiva em busca de uma terapia de choque ao atual estado da equipa. Entre ambos, e apesar de contactos exploratórios feitos entre nomes que se enquadrassem nas hipóteses, Francesco Farioli tem vindo a ganhar força no Dragão.

Em contrapartida, o Benfica goleou o Auckland City num jogo que esteve interrompido 2h30 pelos avisos de mau tempo e protagonizou uma das surpresas da fase de grupos com um triunfo frente ao Bayern que valeu o primeiro lugar do grupo C. Schjelderup marcou, Trubin defendeu tudo, António Silva e Otamendi tiveram um dos encontros mais conseguidos da época mas aquilo que mais ficou foi o pedido de Bruno Lage no final: “Está na altura das pessoas acreditarem mais no trabalho que estamos a fazer. No presidente, no diretor desportivo, em mim, nos meus jogadores”. Os encarnados vão agora defrontar o Chelsea nos oitavos este sábado (21h), seguindo-se o vencedor do Palmeiras-Botafogo (17h) em caso de triunfo numa prova que começa a ter Manchester City, Real Madrid, Inter e PSG como alguns dos principais candidatos à vitória.

No futebol feminino, e depois da inglória eliminação da Seleção Sub-19 nas meias-finais do Europeu contra a França, arranca na próxima quarta-feira o Campeonato da Europa de seniores, com Portugal a fazer a sua terceira presença consecutiva na prova. Kika Nazareth, Jéssica Silva e Lúcia Alves, que estiveram em risco de falhar a competição, foram confirmadas numa convocatória de 23 jogadoras onde não constam Bárbara Lopes, Samara Lino e Stephanie Ribeiro. Depois do nulo no último teste com a Nigéria, a Seleção começa por defrontar a campeã mundial Espanha (quinta-feira às 20h em Berna), seguindo-se os encontros frente a Itália (dia 7 às 20h em Genebra) e Bélgica (dia 11 às 20h em Sion) para completar o grupo B.

Nas modalidades, o grande destaque vai para o início de Wimbledon, terceiro Grand Slam da época onde Carlos Alcaraz tentará conquistar o terceiro título seguido depois das duas finais ganhas a Novak Djokovic (os últimos testes em relva terminam este sábado, com as finais de Eastbourne, New Homburg e Maiorca). Antes, este fim de semana, as atenções focam-se noutras latitudes: o Campeonato da Europa por equipas em atletismo, que arrancou esta quinta-feira à tarde em Madrid; o Grande Prémio da Áustria em Fórmula 1 (domingo, 14h), o Grande Prémio dos Países Baixos em MotoGP onde Miguel Oliveira vai ter mais uma oportunidade de mostrar que merece continuar na Pramac Yamaha (domingo, 13h); o jogo 5 da final da Liga de futsal, entre Sporting e Benfica, no Pavilhão João Rocha (domingo, 19h); e as meias do Mundial Sub-21 de andebol, com a Seleção à procura de uma histórica final frente às Ilhas Faroé (esta sexta-feira, 20h).

Antes, João Almeida mostrou que está a atingir um ponto de maturidade competitiva que permite sonhar com algo mais numa carreira que se encontra ainda numa fase inicial. Depois das vitórias no País Basco e na Romandia, o português conquistou também a Volta à Suíça na sequência de uma recuperação épica face aos mais de três minutos de atraso que foi coroada com o terceiro triunfo por etapas na cronoecalada. Agora é tempo de descanso ativo mas aquilo que o português fez permite sonhar com algo mais na Volta à França, onde acabou no quarto lugar na corrida de estreia, em 2024. Falaremos mais sobre isso na próxima semana mas a luta entre UAE Team Emirates de Pogacar (e Almeida) e Visma–Lease a Bike de Vingegaard promete.