Londres. Juiz ataca manifestante em obra de Banksy no Palácio da Justiça

Um novo mural da autoria de Banksy foi desvendado, esta segunda-feira, no Palácio da Justiça, em Londres, no Reino Unido.
A obra, que foi partilhada pelo artista nas redes sociais, retrata um juiz – que enverga uma peruca e uma toga preta – a espancar um manifestante prostrado no chão, que tenda defender-se com um cartaz salpicado de sangue.
A pintura foi, entretanto, tapada com duas barreiras metálicas, encontrando-se sob a vigilância de dois seguranças, tal como poderá verificar na galeria acima.
Este novo mural surgiu dois dias depois de 890 pessoas terem sido detidas pela polícia londrina, no âmbito de manifestações a favor do Palestine Action.
De acordo com as autoridades, 857 manifestantes foram detidos por apoiarem o coletivo, que foi ilegalizado no passado mês de julho, enquanto 33 foram detidos por agredirem agentes e pela prática de outros crimes contra a ordem pública.
Saliente-se que, apesar de não haver uma referência direta às manifestações por Gaza nesta obra, Banksy já criou murais de apoio à causa palestiniana, nomeadamente na Cisjordânia.

A polícia londrina atualizou hoje para 890 o número de pessoas detidas no sábado em manifestações a favor do grupo proibido Palestine Action, durante um protesto marcado por confrontos violentos.
Lusa | 15:59 - 07/09/2025Identidade de Banksy foi descoberta?
O detetive espanhol Francisco Marco alegou, em abril passado, ter apurado a identidade de Banksy, na sequência de uma "aposta" com os seus filhos. Segundo o advogado e diretor da Agência Método 3, o artista plástico é o inglês Robin Gunningham, nome já apontado por outras fontes.
"Este trabalho nasceu de uma aposta com os meus filhos, que me desafiaram a ver se o encontrava. Comecei a partir do meu escritório em Barcelona. Fui às minhas fontes e mandei o meu pessoal para o terreno", contextualizou ao La Otra Crónica, suplemento do jornal El Mundo, na altura.
O detetive descobriu, então, "a criação de um domínio informático de Banksy, L3ANSKY.COM, em 2009, registado em nome de Robin Gunningham."
Francisco Marco encontrou, além disso, uma série de obras originais de Banksy em propriedades diretamente ligadas a Gunningham, nomeadamente 'Flying Copper' e 'Kate Moss', que se situam perto de endereços onde o homem residia sob o seu nome legal ou pseudónimo.
O relatório inclui ainda registos de propriedade, contas de e-mail - como [email protected] - e documentos oficiais que ligam Gunningham a Banksy.
Nascido em Bristol, no Reino Unido, a 28 de julho de 1973, Gunningham é recordado pelos seus colegas de escola como um bom artista que se deixou 'apanhar' pela febre do graffiti em voga na década de 1980. Desde sempre que se dedicou a trabalhos satíricos sobre a política e a cultura pop, combinando o graffiti com os estênceis, uma técnica usada nas artes plásticas.
"Gunningham desaparece do mundo do graffiti quando começa a crescer profissionalmente. Primeiro chama-se a si próprio Robert Banks, depois não existe e aparece Banksy. Gunningham nunca disse nada, nem negou, nem confirmou que é Banksy; faz um jogo de desorientação. No início não queria ser identificado, porque tinha de fugir à polícia, uma vez que o que faz é ilegal. Depois, porque esse mistério o tornou grande e hoje faz parte da sua narrativa como autor. Agora, simplesmente não quer ser incomodado. Prova disso é a sua casa, superprotegida, cheia de câmaras, um bunker numa pequena aldeia a 30 quilómetros de Bristol", detalhou o investigador.

Segundo o advogado e diretor da Agência Método 3, o artista inglês é Robin Gunningham, nome já apontado por outras fontes.
Notícias ao Minuto | 18:38 - 20/04/2025Leia Também: AI critica Londres por deter 900 pessoas em protesto de apoio à Palestina
noticias ao minuto